sábado, 27 de agosto de 2011

O jornalismo no filme Intrigas de Estado

A sacada mais interessante do filme Intrigas de Estado (2009), dirigido por Kevin Macdonald, é o confronto geracional entre o velho e o novo jornalismo. Representados pelos jornalistas Cal McAffrey (Russell Crowe) e Della Frye (Rachel McAdams), respectivamente, o poder midiático apresentado na trama congrega ficção e realismo num thriller inteligente, com diálogos e interpretações pontuais. Todo o cenário e as cenas são construídos de modo que o telespectador tenha a certeira sensação de estar dentro de uma redação de um jornal, desde as aventuras e os riscos que os jornalistas precisam enfrentar para conseguir encontrar e entrevistar as fontes até a pressão diária vivida por esses profissionais para entregarem as matérias antes do deadline.
Cal é um jornalista veterano, sem muitas pretensões materiais e repórter especial há um bom tempo; Della está mais para uma “foca”, jargão utilizado no jornalismo para denominar a falta de experiência de quem está no início da carreira jornalística, e escreve para a plataforma digital do jornal, o blog. Os dois fazem parte da equipe do Washington Globe e têm apenas oito horas para investigar o assassinato de Sonia Baker, amante do político e congressista Stephen Collins (Ben Affleck) — que é um grande amigo de Cal — e supostamente executada a mando da poderosa PointCorp, uma organização que fornece serviços armamentistas para países do Oriente Médio, como o Afeganistão e Iraque. Diferentes, porém trabalhando no mesmo jornal, ambos possuem o mesmo caso a apurar e acabam se unindo para conseguir uma grande reportagem que desvende a suposta conspiração americana e, de quebra, ajudar a vender muitos jornais nas semanas seguintes.
O filme se desenrola com a perseguição tanto de Cal como de Della atrás dos principais acusados dos crimes que vão surgindo ao longo da história. A princípio, Cal tenta fazer tudo sozinho, sem a ajuda da colega, porém, quando os fatos vão se alinhando e os problemas não conseguem ser controlados pelo jornalista, eles finalmente juntam as forças, pois o próprio Cal percebe que Della tem muito talento e força de vontade para continuar a apurar um caso tão chocante e que envolve tantas pessoas poderosas e importantes. A editora-chefe do Washington Globe, Cameron Lynne (Helen Mirren), figura bem a questão da ética jornalística em ter de decidir até que ponto a apuração e a divulgação dos fatos devem ir — ela fica numa saia-justa em vários momentos do filme por conta da alta cúpula diretora do jornal que não quer comprometer o funcionamento do impresso e ao mesmo tempo quer vender bastante as notícias de uma forma bem sensacionalista.
Ao final de Intrigas de Estado, logo após sequências de muita adrenalina na tela, vemos uma bela parada no suspense para apreciarmos o fatídico processo da escrita da reportagem, que, ao chegar às bancas e na casa dos assinantes ao amanhecer — ou, no caso do blog, depois de apertar o botão “publicar” —, milhares de leitores passam a conhecer as histórias contadas na maneira da pirâmide invertida sem ao menos ter a noção de como foi difícil e estressante conseguir juntar aqueles pouco mais de duzentos toques na frente do computador e assinar o texto, e que, paradoxalmente, é muito gratificante para quem exerce a atividade jornalística com paixão enfrentar todo esse processo. O último take do filme é de encher os olhos, uma sequência do processo da impressão dos jornais se movendo e sendo organizados nas máquinas enormes da gráfica. É de se sentir que o jornal, independentemente da plataforma que se utilize, sempre fará parte da sociedade mesmo que, para isso, tenham que aposentar o papel num futuro bem próximo para dar lugar a interatividade nos tablets e iPads muito mais modernos que as folhas de enrolar carne.

sábado, 20 de agosto de 2011

Internet, dromocracia e democracia


Dromocracia. Do grego Dromo, significa velocidade, característica da época atual. O professor da PUC-SP Eugênio Trivinho, em entrevista no dia 23 de setembro de 2009, à revista Istoé, afirmou que o homem está condenado a exclusão digital. A afirmação parece um paradoxo diante dos inacreditáveis avanços tecnológicos que estamos vivenciando, e confronta diretamente o universo daqueles que alimentam constantemente o mundo virtual.

Na visão do professor, a rede mundial de computadores é democrática quando o acesso a todos os espaços é desimpedido. Porém, quando há senhas e interesses econômicos que limitam o acesso à informação, quebra-se o valor democrático da internet. Para Eugênio, a inclusão digital é uma utopia, um mito.

Mas, se compararmos a internet com os outros meios de comunicação (TV, rádio, impresso, etc.), há um avanço considerável da participação popular, e, consequentemente, uma inclusão do ponto de vista do compartilhamento e conhecimento das informações. Não existe plenitude democrática nos espaços sociais, e nos meios de comunicação não seria diferente, seja por dificuldade de acesso ou por falta de aptidão e interesse das pessoas.

Quem escreve para blogs e redes sociais, na maioria das vezes, são pessoas anônimas e que querem ser reconhecidas por aquilo que compartilham neles. Querem ser incluídas. A internet possibilita isso muito mais que qualquer outro veículo de comunicação de massa, não temos dúvida, e numa velocidade de resposta e reconhecimento muito maior. A dromocracia e a democracia podem ser sim executadas no mundo virtual. Só basta a sociedade querer e perceber que existe lugar pra todo mundo, mesmo que esse espaço você não seja aproveitar da melhor maneira possível para se ser ouvido e visto.

sábado, 13 de agosto de 2011

Campanha contra a Pólio vacina milhões de crianças em todo o Brasil


Quase 7,2 milhões de crianças menores de 5 anos foram vacinadas sábado (6), durante a segunda fase da Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite, realizada em todo o País. Os dados são de uma pesquisa parcial feita pelo Ministério da Saúde no mesmo dia. A previsão é que o resultado final seja divulgado até o fim de agosto.

O resultado preliminar da segunda fase mostra que, até as 17h30 do sábado, as secretarias estaduais e municipais de Saúde informaram ao Ministério que 7.154.830 crianças haviam sido vacinadas em todo o Brasil. O número divulgado é parcial e sofrerá alterações, à medida que os estados e municípios atualizem a pesquisa.

A primeira fase da campanha, realizada em 12 de junho, imunizou 14 milhões de crianças, e a meta é vacinar 14,6 milhões, representando 95% do número exigido. Para atingir a meta de imunização, foram distribuídas 24 milhões de doses da vacina.

Pais ou responsáveis que não levaram os pequenos para tomar a gotinha devem procurar os cerca de 115 mil postos de vacinação montados na rede pública de saúde.

Olá!

Este blog  foi criado com o intuito de experimentar as mídias digitais para o jornalismo. Nós, Priscila Miranda e Maiara Melo, estudantes da Universidade Católica de Pernambuco, vamos abastecer o espaço durante o período das aulas de Jornalismo e novas tecnologias, do professor Dario Brito. Boa sorte para nós!