sábado, 17 de setembro de 2011

A história do Clube das Pás





O Clube das Pás representa o mais tradicional espaço de gafieira do Estado de Pernambuco; e, além de frevos de Carnaval, sua orquestra toca rumbas, salsas, merengues, forrós, tangos, boleros e sambas. Localizado no bairro de Campo Grande, o clube é conhecido e frequentado há muitas gerações. Foi citado em alguns frevos, a exemplo de Voltei Recife, música composta por Luís Bandeira, que veio enriquecer o folclore do Nordeste brasileiro.

A sua história começa no primeiro dia do Carnaval de 1887, no Porto do Recife, onde um navio inglês estava atracado aguardando o carregamento de carvão e alimentos. Faltava mão de obra, e estava difícil de encontrar carvoeiros que abastecessem a embarcação. Sem alternativa, a agência do navio ofereceu uma quantia maior de dinheiro àqueles carvoeiros que aceitassem trabalhar. E, somente assim, o navio pôde ser carregado e zarpar dentro do horário previsto.

Bastante felizes com o montante recebido, os carvoeiros foram comemorar no Clube dos Caiadores. Lá, entre uma dança e outra, decidiram criar o Bloco das Pás de Carvão. Entre os fundadores estavam: Francisco Ricardo Borges, Manoel Ricardo Borges, João da Cruz Ferreira e João dos Santos. E, para a sede do Bloco, compraram, por seis mil cruzeiros, um terreno de propriedade do Recolhimento de Nossa Senhora da Glória do Recife, Conceição de Olinda e Sagrado Coração de Jesus de Igarassu.

Bloco das Pás de Carvão desfilou nos carnavais de 1888, 1889 e 1890. Em março do último ano, porém, mudou o seu nome para Clube Carnavalesco Misto das Pás. A primeira notícia impressa sobre ele saiu publicada no dia 4 de março de 1905, no jornal Diario de Pernambuco. Por sua vez, a cada 13 de Maio — dia da Abolição da Escravatura —, o clube realizava uma passeata pelo Recife, em homenagem ao pernambucano e abolicionista Joaquim Nabuco.


O clube possui o estandarte mais antigo, que data do começo do século XX. O primeiro deles foi confeccionado em veludo, acolchado de algodão, forrado com cetim e bordado com fios de ouro. O desenho do estandarte ficou a cargo de Manoel de Matos, sendo que as monjas beneditinas do Convento do Monte de Olinda o confeccionaram. No desenho, estão evidenciadas folhas de acanto e outros elementos barrocos, o monograma do clube, além de franjas e pingentes dourados. Observam-se,  também, duas máscaras e uma boneca fabricada em porcelana francesa.

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